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Patrono

Dom Diogo Pinheiro Camarão

Diogo Pinheiro Camarão foi uma das principais lideranças indígenas da Restauração Pernambucana, tendo combatido ao lado dos Patriarcas do Exército Brasileiro durante toda a campanha que levou à expulsão das forças invasoras.

Imagem resultante do "Projeto Busca da Imagem de D. DIOGO CAMARÃO".

Os índios potiguares tiveram um papel preponderante no contexto das forças patriotas, durante toda a campanha para a expulsão do inimigo holandês.

Eram dotados dos mais sublimes valores combativos, tais como amor a terra, coragem, iniciativa, resistência física e disciplina. A fibra na luta dos nobres guerreiros potiguares foi plenamente comprovada no campo de batalha.

Diogo Camarão nasceu em pernambuco no primeiro quartel do século XVII, num aldeamento indígena conhecido como Meretibi ou “São Miguel”, localidade ao norte da área hoje abrangida pelo bairro recifense de Afogados. a Rua São Miguel, onde hoje se encontra o aquartelamento do 14º Batalhão Logístico constituía o caminho que então ligava a referida aldeia à cidade do Recife.

Era filho de Francisco Pinheiro Camarão e primo do legendário chefe índio D. Antônio Filipe Camarão. Aderiu à carreira das armas, servindo com grande distinção na Campanha da Restauração.

Com a invasão holandesa em 1630, Felipe e Diogo Camarão participaram ativamente da organização e da defesa do Arraial do Bom Jesus, e mesmo após a queda daquela posição fortificada, permaneceram em Pernambuco com a missão de proteger as populações locais contra os invasores. Coube a ambos a organização de uma marcha, partindo de Goiana e tendo como destino Salvador, escoltando cerca de 2.500 pessoas (homens, mulheres e crianças), que fugiam ao domínio holandês.

Os heróicos serviços de Diogo Pinheiro Camarão durante a Campanha da Restauração acham-se consignados em Carta Régia, datada de 22 de junho de 1672. Ali são mencionados os seus feitos na guerra, particularmente na resistência ao inimigo no Arraial de Bom Jesus, nos combates em Sergipe e Alagoas, nas entradas que se fizeram pelo sertão, inquietando os holandeses em toda a parte, na defesa das populações luso-brasileiras da Paraíba e do Rio Grande do Norte, vítimas da crueldade e dos massacres das forças invasoras.

Também nas duas Batalhas dos Guararapes, Diogo Camarão se assinalou de maneira a ser dos que primeiro investiram contra o inimigo. Teve papel fundamental no estabelecimento do Arraial Novo de Bom Jesus, no cerco à cidade do Recife e na conquista das fortalezas inimigas, particularmente as de São Francisco e do Pontal de Nazareth (que dominava o acesso ao porto do Cabo de Santo Agostinho).

A posse do Forte do Pontal de Nazareth, também conhecido como “Castelo do Mar”, foi de fundamental importância para as forças patriotas, particularmente pela importância logística do porto do Cabo de Santo Agostinho para o suprimento das tropas luso-brasileiras.

A guarda do patrimônio representado pelo Forte Castelo do Mar é nos dias de hoje uma das atribuições do 14º Batalhão Logístico.

Quando João Fernandes Vieira cerca o Recife, ocupando pontos fortes, denominados “Estâncias”, Diogo Camarão e seu terço ocupam a Estância Ipiranga, no atual bairro dos Afogados. A referida Estância barrava o acesso ao forte holandês Príncipe Guilherme, então localizado nas proximidades da região hoje ocupada pelo Largo da Paz, também no bairro de Afogados.

A Praça Ipiranga, cenário daquela heróica posição, é hoje também patrimônio jurisdicionado ao 14º Batalhão Logístico, se localizando nos fundo do seu aqurtelamento.

Exímios arqueiros, os combatentes do chamado “Terço de Camarão” eram também originários da Aldeia São Miguel, tendo recebido a instrução militar segundo a doutrina européia por intermédio do padre jesuita Manoel de Moraes, célebre aventureiro do início do século XVII.

Adestrados no uso das armas de fogo, tornaram-se capazes de enfrentar os holandeses com superioridade no contexto da guerra brasílica, pelo fato de serem também exímios andarilhos e profundos conhecedores do terreno.

Em 1638, Diogo Pinheiro Camarão foi nomeado pelo Rei D. João IV de Portugal para o posto de Sargento-Mor do Terço Potiguar, recebendo ainda o título de Dom e o hábito de Aviz. Com o falecimento de Antonio Felipe Camarão, em 1648, foi promovido ao posto de Capitão-Mor, assumindo também o cargo de Governador dos Índios do Nordeste do Brasil, posto que exerceu até o seu falecimento em 1677.

O Batalhão foi agraciado com a concessão da denominação histórica "Batalhão Diogo Camarão" e respectivo Estantarte, através da Portaria 101, de 27 de fevereiro de 1998, numa justa e reconhecida homenagem ao índio potiguar que se destacou na Insurreição Pernambucana.

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